30.5.09

APRENDENDO COM CATARINA


Minha terceira filha é um bebê muito equilibrado, não teve cólicas, dorme bem, mama bem, não tem prisão de ventre nem intestino solto, não chora sem razão aparente, sorri para todo mundo, entre outras facilidades para uma mãe manter sua sanidade física e mental.
Hoje ela tem 8 meses e tem sido uma inspiradora professora.
Tenho aprendido com Catarina que uma criança não precisa de estímulos extras e nem relaxamentos extras, pelo menos no caso dela.
Passamos a tarde na festa de aniversario de 1 ano na casa de uma amiga onde tinha ao ar livre um tapete com alguns brinquedos, algumas crianças ao redor e adultos por perto conversando.
Catarina fica a tarde toda sentada no tapete em varias posições brincando, investigando, experimentando em seu mundo-próprio.
Observo a meia distancia e começo a imaginar que ela poderia estar em uma escolinha sendo estimulada a brincar, ouvir musica, em um grupo com outras crianças com outros ritmos e necessidades, com horário para comer, descansar, tomar ar, voltar para sala, brincar, interagir, preparar-se para ir embora...
Senti uma grande tristeza em pensar isso, pareceu-me uma violação, como se ela fosse obrigada a deixar de ser ela mesma para tornar-se uma representante de um sistema educacional.
Naquele momento prometi para mim mesma que não permitiria que isso acontecesse com ela, deixaria ela em paz, seguindo esse caminho que já é dela e que inspira muita confiança na vida.
É urgente que tenha um lugar social e de desenvolvimento psico-físico-mental que não perturbe todo esse equilíbrio e com certeza esse não pode ser um local onde educação é tratada como empresa, geradora de lucros e seguidora de metas.
Um local com atmosfera propicia para toda e qualquer criança, com observadores curiosos, gentis e sensíveis, com poucas ou nenhuma interferência (pelo menos até certa idade), com presença de pessoas confiáveis para a criança e atentas a qualquer necessidade e solicitação.
Um lugar que se transformará conforme as necessidades reais da criança.
Crianças que experimentam, adultos que espreitam.

gracias Catarina.

27.5.09

O VALOR DA PAUSA

Atendido por seus donos e amigos deles, Barytono Bar de Amigos é mais um acontecimento no Caçamba de Arte. Um espaço aberto para encontros, discussões, diversão, ou simplesmente para se sentir em casa; e tudo isso amenizado por uma deliciosa música ao vivo, uma comida de fazer água na boca, uma partida de xadrez bebendo um vinho caseiro ou um jogo de ping pong degustando um chopp ingles, esse conjunto de coisas potencializadas pela qualidade e elegância da freguesia fazem de Barytono uma opção diferenciada, e a mistura perfeita para gerar, por exemplo, longas e apaixonantes tertúlias até o sol raiar e os galos da redondeza cantar e o vizinho do lado protestar.
Assim como no teatro a pausa é tão importante como o texto ou na música tanto como a nota, a pausa também esté sendo necessária para nós. Depois de 12 sábados consecutivos de funcionamento, precisamos dessa pausa, para refletir, pensar, e utilizar nossa primeira experiência do Bar a serviço da continuidade.
Se é verdade que: "É a memória que faz nossa vida", como afirma Luis Buñuel, então quem por aqui passou a sua vida estará feita, também, com uma pitada de Barytono Bar de Amigos. E vice-versa.

Café turco de graça no final.

Muito obrigado!!!

Até.
Fabio Marcoff