23.4.10

OCITOCINA OU ADRENALINA...

andei pensando sobre o assunto...

para desejar uma relação sexual é necessário banhar-se de hormonio.

ocitocina é o hormonio do amor.
adrenalina é o hormonio da ação.

não que uma seja boa e outra má, as duas são essenciais para vida, mas elas servem a circunstancias diferentes, mas por algum motivo, creio que cultural, a gente descordena e usa uma no lugar da outra.

ocitocina é um hormonio tímido, que precisa de tempo e confiança para que ele se mostre.
em uma relação amorosa, no parto humanizado, no convívio saudável entre as mulheres, na amamentação, nos ataques súbitos de amor incondicional aos filhos, entre outras, são situações que o hormonio ocitocina se faz presente e nos conduz a um caminho de entrega, relaxamento, confiança, amor...

mas nem sempre as circunstancias são propicias para ocitocina, então o jeito é apelar para a adrenalina.
nas relações proibidas, perigosas, nas discussões, nas brigas, no risco, no jogo, na cesaria.
vem a tensão, a tesão, a gente não se entrega mas se envolve, se enrola, desconfia, mas gera ação, sai do indiferente.

e assim a partir de nossas escolhas, de nossos modos de vida, a gente vai associando nosso sexo, nosso parto, nossas relações, conduzidos pela ocitocina ou pela adrenalina.

essa escolha é nossa!

o que não da é para ficar indiferente, pois como um vulcão adormecido, se a gente não se envolver com a vida, uma hora o vulcão acorda e com sua força incontrolável pode ser um caos, destruição, desilusão.

assim como no sexo casual, no desespero, ativa-se a adrenalina, satisfaz o desejo e fica o gosto amargo da solidão.
porque para o sexo com ocitocina tem que criar condições para que a bendita apareça e te apresente lugares ineditos, gerando cumplicidade e relação de verdade.

mas não nos enganemos achando que a ocitocina é só calmaria e segurança, se entregar para o amor é uma aventura e tanto, é só passar por um parto domiciliar para provar que não é só equilíbrio e suavidade, o bicho também pega, mas te leva a construção de uma força e confiança que te coloca em um caminho sem volta, onde sempre se quer nada menos que banhos diários de ocitocina.

pois é, andei pensando sobre isso!

20.4.10

ILUSIONISMO!!!

não existem fatos, existem interpretações sobre acontecimentos.

essas interpretações, geralmente, são tidas como informações, que raramente desconfiamos, ainda mais se a interpretação tem como atestado "está provado cientificamente".

a pergunta é: a serviço do que, ou de quem está tal informação, pesquisa, ou estudo cientifico?

eu tenho uma experiência diária aqui em casa que sempre me alerta para tais ilusões.
meu filho é magico, e está ficando cada vez melhor nisso, e todos os dias me aparece com truques que me fazem ver só aquilo que ele quer, eu não vejo o que está por traz da magica, não tenho ideia de como ele faz tudo aquilo acontecer a centímetros de mim e eu só vejo o que ele quer.
não é incrível?

é possível transformar qualquer acontecimento em um fato, basta te mostrarem somente o que interessa ao fato.

não é nenhuma novidade que muitas teses e teorias que já foram provadas cientificamente no passado, caíram por terra.
bastou mudar o ângulo, a interpretação, e a tese ganha outro sentido.

por isso não basta somente se encher de informações, procurar a verdade, fazer estudos...

tem que aprender a pensar, a encontrar o problema real, a decodificar a serviço de quem está a interpretação, a criar novas experimentações, propor novas saídas, buscar a pergunta precisa e não a resposta certa.

mudar o ângulo, encontrar outra visão...

lembrar sempre que não existem fatos, somente interpretações dos acontecimentos!!!

14.4.10

UMA QUESTÃO DE EQUILIBRIO!

posts atrás vim com o tema equilíbrio, e no anterior, como o desequilíbrio nos leva a interiorização dos problemas, sugerindo que um movimento interessante seria investir em nosso equilíbrio corporal.

esclarecendo que equilíbrio é um movimento dinâmico e não uma posição certa e fixa, que é uma questão singular e não universal, que o equilíbrio já está no corpo e que o caminho é parar de impedir que esse equilíbrio dinâmico aconteça.

como já coloquei anteriormente um dos fatores de desequilíbrio é a super valorização da capacidade racional e a desqualificação do corpo como algo vivo, criador e gerador de vida.

a escola cumpre bem essa função, estimulando o exercício racional e entulhando corpos atrás de carteiras.

a partir desse corpo distorcido, nossa percepção do mundo também fica distorcida criando assim o senso comum, que é uma maneira de retratar a condição desequilibrada de uma sociedade, assim também como o bom senso, que é o resultado da percepção fragmentada e limitada que temos da vida.

o corpo equilibrado, a vida equilibrada é aquela que cria, que se cria, que é capaz de ver em cada relação o problema essencial para seu desenvolvimento e deleite da vida.

um bebê recem nascido acorda no meio da noite em seu berço e chora, sua mãe prontamente vai atende-lo, mas leva um tempo real de deslocamento, preparação para amamentar e enquanto isso o bebê continua chorando ferozmente, assim que encosta a boca no seio, para imediatamente e se entrega ao prazer do saciamento, como se nada houvesse acontecido.
essa situação se repete todas as noites.
ele aprende e se desenvolve com a situação, pois em pouco tempo ele já para de chorar assim que vê sua mãe e espera o tempo necessário para poder mamar, e com mais tempo ele chega a chamar a mãe, sem nem precisar usar o recurso do choro.

porem se a mãe prefere treinar o bebê a parar de mamar durante a noite e o bebê é abandonado em seu choro até cansar, ele desisti por resignação, entra em colapso e desequilíbrio; não vai morrer por isso, mas começa a criar seu estado de ressentimento, acreditando ser ele o criador do problema ou sua vitima.

o convite ao desequilíbrio está por toda parte, em casa, na escola, na rua, em nosso modo de vida, em nossos corpos.

acho um passo essencial perceber o meio em que estamos inseridos e que não estamos presos a ele, simplesmente somos cúmplices e ajudamos a sustentar e proliferar esse modo desequilibrado de viver, mas o equilíbrio insiste e persiste, ele ainda está aqui, dentro de nós, louco para ser liberado!!!

7.4.10

ONDE ESTÁ O PROBLEMA?

nesses últimos dias, tenho pensado muito que não existe conflito original em nós.
o corpo equilibrado não tem conflito, tudo se desenvolve harmoniosamente, não existe nenhum órgão querendo tomar a função de outro; as pernas estão sempre de acordo em relação a que direção seguir; apesar de tantos vetores de forças distintos, todos trabalham em um sentido comum...
mão esquerda não tem inveja da habilidade da mão direita; os fluxos do corpo não exitam, fluem para onde tem que fluir...

aonde aparece o conflito então?

na relação!!!

conflito, problema, estimulo, demanda, impulso, provocação; tudo isso acontece na relação.

e sempre estamos em relação!
temos relação com o ar, com o alimento, com a gravidade, com os outros.
mesmo isolados estaremos sempre em relação.

então estamos sempre expostos a problema?
sim!!!

então qual questão deste post?

que não há conflito "interno", ele sempre pertence a relação.

os conflitos não são pessoais e sim relacionais.

qual a diferença?

se a pessoa está "equilibrada" os problemas não se internalizam, eles fazem parte da relação e não das pessoas.

se algo me frustra meu corpo não torna-se frustrado, assim que a relação muda a frustração desaparece, não fica o ressentimento ecoando pela vida afora.

ao observarmos as crianças isso fica muito claro:

a criança discorda de algo, daí ela briga, fica furiosa, pode fazer o escândalo que for, se você observar o corpo dela, por mais alterado que pareça, suas estruturas estão intactas, sua coluna continua sustentando seu corpo, seus membros estão coordenados, seus músculos estão intensos porem sem tensão, assim que o problema se resolve, tudo desaparece, como magica, e aquela criança não fica remoendo o assunto, ofendida, ressentida, simplesmente passa.

quando um adulto, com seu corpo desequilibrado passa por algo que ele não está de acordo, da para perceber que sua expressão tensiona e se fixa, mesmo sob disfarce; os ombros contraem, a garganta fecha, o estômago e a respiração são afetados, o cérebro é tomado por pensamentos fixos; e por mais que a relação causadora de tantos problemas se transforme, fica ali uma ferida, uma marca, que ressoa, que ressente, que nos adoece.

então a solução é investir no equilíbrio original do corpo, na verdade desinvestir no desequilíbrio pois o equilíbrio já está lá presente, desde sempre.

que equilíbrio é esse?

volto amanhã para destrinchar o equilíbrio primordial do corpo.

1.4.10

QUANDO O EQUILIBRIO ACONTECE!

minha frequência aqui no blog tem diminuído por motivos nobres.
eu tenho me surpreendido com desejos nunca antes imaginados e que estão me invadindo com uma força difícil de controlar.

eu sempre investi no exercício do equilíbrio, não permitindo que meu intelecto predomine sobre todas as outras potencias do meu corpo, pois o processo mental racional só sabe lidar com o conhecido, com o conhecimento, com a organização e especulação.

maravilhoso ter uma mente racional funcionando plenamente, mas isso não da conta de tudo que nos acontece.

existem outras "inteligencias" em nós capazes de criar e enfrentar situações nunca vividas antes; o que na vida é essencial pois ela é cheia de surpresas.

vamos ao fato:

comecei a sentir um vontade genuína e inédita de cozinhar.
algo que nunca fez parte do meu cotidiano.
sem entender de onde vinha esse desejo, me entreguei a ele e fui me aventurar na cozinha.
o jantar ficou por minha conta.
errei muito, tive que jogar comida fora, mas nada me abalava, continuei tentando e cheguei a acertar bonito.

mas a aventura não parou por ai, alem de me arriscar na cozinha comecei a sentir uma vontade louca de aprender a costurar.
comprei uma maquina, tecido, me reuni com minha amiga Daniela e comecei a criar, mesmo tendo que desmanchar varias vezes para que o vestidinho da minha filha fosse digno de ser usado, também não desanimei e costurar já virou meu hobby.

não me esforcei muito para tentar entender o que estava acontecendo, senti um desejo genuíno e investi nele, caso eu quisesse resolver a questão via razão, eu teria muitos argumentos para não usar meu tempo com algo que até então nunca me interessou.
mas ao invés da razão dominar, ela foi aprendendo o que estava acontecendo e me trouxe a luz a explicação desse mistério.

para o modo de vida que estou criando é mais do que necessário que eu aprenda a ser caprichosa, que eu ganhe qualidade no acabamento, coisa que eu nunca investi na vida, nunca fui uma pessoa caprichosa mas também nunca achei que isso me fazia falta.

quer algo que exija mais capricho que cozinhar e costurar?

então algo em mim, não consciente, não racional, nada intelectual, captou a necessidade e me liberou o desejo, para tempos depois eu entender, e concordar com minha ação, e agora poder mais ainda desfrutar desse momento.

esse é mais um problema da escola, nos fazer acreditar que o pensamento racional é o único caminho para uma vida bem sucedida.
e isso está longe de ser real.
o processo racional tem seu enorme valor, mas no lugar dele, e não no controle do corpo e da vida.

nosso corpo tem que ser desenvolvido por inteiro, um processo educacional tem que contemplar todos os órgãos e não só o cérebro, todo o corpo e não só a cabeça.

não tem como equilibrar uma sociedade vivida por corpos desequilibrados.
não tem como equilibrar uma vida com o corpo desqualificado.