22.2.11

BRINCAR É COISA SÉRIA!

a capacidade que a criança tem em tornar a brincadeira coisa seria e tornar obrigação em brincadeira me faz pensar que nunca precisamos colocar a criança no estado de "agora não é hora de brincar", "agora você tem que fazer suas obrigações".

um enorme gasto de energia a toa.

o que acontece quando a criança tem uma obrigação a cumprir?
ela transforma aquela obrigação em brincadeira.
e o que acontece quando uma criança brinca?
ela se envolve seriamente.

perfeito!

a não ser que o adulto envolvido na historia esteja tão ressentido com a vida que não consegue ver a alegria fluindo sem pensar que algo de muito errado está acontecendo.

e o que acontece quando é dado a uma criança uma obrigação sem a permissão de transformar aquele momento em alegria?
ela não irá colaborar!

simples assim!

isso porque a inteligencia nata da criança está ativa, e ela sabe que a vida é permeada pela alegria, a vida é alegre por natureza.
e brincadeira é o exercício da alegria.

criança brinca muito bem ao escovar os dentes, ao ajudar nas tarefas de casa, ao ter que cuidar do irmão mais novo, e ao ser cuidado pela irmã mais velha, preparando-se para dormir, e até seria capaz de brincar fazendo lição casa, mas para isso ela não pode nem desconfiar que alguém acha que esses não são momentos de brincadeiras.

me parece que se apagarmos do nosso vocabulário a frase: "agora não é hora de brincar", e isso serve para a criança e para o adulto, a vida irá fluir na direção da alegria.

6.2.11

RE-CRIANDO 2011

vamos retomar nossos encontros mensais com assuntos que nos inspiram outros modos de vida.
o primeiro encontro do ano acontecerá em piracaia, no mesmo local que fizemos o encontro sobre comunicação não violenta, uma cidade que fica a 90 km de são paulo.

é um sitio com estrutura para passarmos o dia envolvidos com muita natureza e bons encontros.

nosso tema será brincadeiras com crianças e nosso papo será sobre desescolarização.

o encontro é gratuito e aberto a toda familia e interessados em vivenciar um dia onde criaremos varios ambientes propicios para as crianças (de todas as idades) brincarem, e conversar sobre um assunto instigante que afetam a todos.

para maiores informações e inscrição, escreva para:

anathomaz@terra.com.br

sejam muito bem vindos!!!

1.2.11

A ESCOLA QUE EU QUERO

com o assunto em alta, tenho sido muito perguntada sobre o homeschooling (ensino domiciliar) que está crescendo, ou aparecendo cada vez mais aqui no brasil.

meus filhos não estão em idade escolar obrigatória, por isso não vão a escola.
mas também não pratico o homeschooling.

homeschooling é a pratica de ensinar os filhos em casa substituindo a escola, com um currículo pré-determinado, rotina de estudo, matérias, baseado em um desenvolvimento linear.
por motivos religiosos, ou por desejo que seus filhos tenham um ensino otimizado, pais no mundo inteiro optam por essa possibilidade.
competem com as escolas, direcionando melhor o ensino de seus filhos, dando-lhes atenção exclusiva e os livram de situações inconvenientes permissivas nas escolas.

os pais brasileiros que foram denunciados pela pratica do homeschooling são acusados pelo crime de abandono intelectual.

se tem uma coisa que essas crianças não sofrem é o abandono intelectual.

essa é uma acusação esquizofrenica por parte da justiça, pois muitas crianças que frequentam escola sofrem abandono intelectual, abandono emocional, abandono social, abandono corporal, abandono familiar...

a escola não garante o desenvolvimento intelectual de todos os seus alunos, acho que nem preciso ficar exemplificando para provar isso.

outro grande equívoco é dizer que a escola promove o desenvolvimento social das crianças.
como podemos chamar de vida social quando as crianças na escola são estimuladas a serem competitivas, são comparadas umas as outras, tem seu contato espontâneo reduzido, são descriminadas, sentem-se ameaçadas, muitas vezes humilhadas; resultando em uma classe cheia de "panelinhas", de "bulling", de situações constrangedoras.
e a vilã da estoria não são as crianças, prova disso é que ainda insistem em serem colaboradoras umas das outras mas para a escola essa colaboração é chamada de "cola".

com toda vantagem do homeschooling eu não pretendo pratica-lo.
não creio que a criança tenha que ser direcionada em seu desenvolvimento através de matérias curriculares e ensino linear, acredito na inteligencia nata, na sensibilidade, na criatividade, e no desempenho corporal admirável das crianças.

por isso pratico o unschooling (desescolarização), sem currículo linear, sem rotina de estudo, sem testes ou avaliações, sem competir com o ensino escolar.
como gosto muito do ambiente comunitário, do desenvolvimento em grupo, da provocação do outro, a saída é criar uma escola desescolarizada.
uma escola onde as crianças se encontram, brincam e trabalham juntas, mas são vista de modo singular, são criadoras de seus projetos, são donas de seus tempos, de seus corpos, e assim aprendem a cada vez mais aproximarem-se de si mesmas, desenvolvendo o auto conhecimento, que paradoxalmente nos faz mais capazes de estar realmente com o outro.

essa escola precisa ser criada!