com a ameaça do fim do mundo, com a velocidade que os movimentos para mudanças estão ganhando, com a frustração do cotidiano medíocre e vazio que o sistema capitalismo tem oferecido...tem muita gente repensando seu modo de vida
mas não mudamos porque temos medo do desconhecido, que
vem do desejo de controle e garantias que nossa cultura nos fez acreditar ser uma possibilidade
sim, acreditamos ter controle sobre a vida...
e quando a mudança é mais
radical, sempre escutamos o bom conselho de escolher “o caminho do
meio” para garantirmos pelo menos o equilíbrio como resultado
porém, em nosso modo de vida já habituado geralmente confundimos “o
caminho do meio” com “o meio do caminho”
e assim ficamos estancados,
no meio do caminho
não vai, nem racha -
como diz o povo
vivemos com conhecimento, sonhos, idéias, imaginação de mais e ação de menos
no meio do caminho, começamos a justificar nossas ações e nossas não-ações pelo “bom senso”, outro engodo, que para mim está tão encrencado como o “senso comum”
hoje em dia queremos
distinguir “senso comum” do “bom senso”, atribuindo ao
primeiro o sentido de que só pensamos de um certo modo porque é
comum pensar assim mas não porque é o real
acreditamos que no “senso
comum” as pessoas vão criticar decisões que ameaçam o modo
cotidiano de pensar/agir, mas com “bom senso” as pessoas poderão
aceitar nossa decisão, apesar de diferente, basta para isso estar bem explicada, bem fundamentada, preferencialmente com evidencias cientificas, tudo com muito bom senso
pois eu acho que o “bom
senso” é tão empaca transmutações como o “senso comum”
porque ambos são
baseados em explicações que se reduzem a nossa pratica de
conhecimento e consciência
o modo potente de viver
não está na representação de conhecimento e nem da consciência, e
sim, na criação
a criação vai além do
senso comum e do bom senso, além do conhecimento e da consciência,
além e muito além do meio do caminho
é necessário criar o
“caminho do meio”, ele não é um lugar pronto e determinado, nem
com garantias e controlado, e seu equilíbrio é dinâmico e cheio de
nuances
precisamos conquistar o
gosto pelo risco para criar o “caminho do meio”, de outro modo,
estaremos sempre estancados no meio do caminho onde sabe-se de
mais e cria-se de menos, onde imagina-se de mais mas tudo
continua igual
transmutar é
desinvestir o senso comum assim como o bom senso, dar-se conta que o
caminho do meio não é limitado pelo conforto e comodidade das
garantias, porque só se conquista garantias na ilusão
transmutar é
abrir-se para o risco de viver, criando a própria vida, como nossa
obra prima singular, incomparavel, conectada as raízes da nossa
existência potente
afinal já sabemos que
o mundo não acaba, então nos resta criar o mundo novo